Viciados que estão tratamento usam auxílio-doença para sustentar vício

O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado pelo INSS. Dependência química é uma dessas doenças.

O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado pelo INSS. Dependência química é uma dessas doenças. Só que muita gente está aproveitando o recurso do governo pra sustentar o vício.

O sofrimento se arrasta há pelo menos dez anos. Uma mulher é casada com um usuário de crack. Ela já perdeu as contas de quantas vezes o marido deixou o emprego para se tratar. Ele conseguiu o auxílio-doença pelo INSS e chegou a ficar internado por pouco tempo. “Sei que ele recebe, mas não sei nem o valor. Gasta tudo com a droga”, revela a mulher.

Casos como esse aconteceram em uma clínica de recuperação de pacientes que se trataram apenas até receber o primeiro benefício do INSS. Quando viram o dinheiro na mão, em vez de pagar o tratamento, compraram drogas.

“É preocupante, porque é um dinheiro que seria legal para usar dentro de algo que fosse beneficiar a pessoa. A gente percebe que o que está financiando, inclusive o tráfico de drogas, com o próprio dinheiro do governo”, aponta Eugênio Rozzeti Filho, presidente do Conselho Antidrogas de Cascavel.

Dependentes químicos que contribuem para o INSS têm direito ao auxílio-doença quando estão em tratamento. No primeiro semestre desse ano, quase 21 mil pessoas receberam o benefício. O álcool é o campeão de auxílios, seguido pelo tratamento da dependência de cocaína. O problema é que quem recebe o benefício é o próprio usuário.

“A gente não pode garantir que esse paciente esteja fazendo o tratamento, a gente não fica monitorando esse paciente. Então, pode ocorrer de ele estar utilizando, recair na droga e passar a utilizar esse dinheiro para comprar a droga. Não tem como fazer o monitoramento”, afirmou André Pereira Westfalen, médico perito do INSS.

“Prefiro que alguém de confiança vá comigo, que pegue o dinheiro, entregue o dinheiro na mão dele. Ele paga a instituição e eu fico com nada. Por enquanto, estou com quase dois meses, não estou confiando em mim mesmo”, revelou um usuário.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *