Os Descartáveis

ARTIGO DO PSIQUIATRA PABLO ROIG, CRM: 24968**

 

A COVID_19 representa risco de genocídio em cracolândias de 97% dos municípios brasileiros. MAS nada está sendo feito por estes doentes gravíssimos, que já têm os pulmões prejudicados pelo crack, pela maconha e pelo tabaco, que fumam 24 horas de segunda a domingo nas cracolândias do País. A COVID-19 ataca os pulmões , principalmente, de organismos imunodeprimidos e com falta de higiene, casos de cracolândias, onde há aglomerações, facilitando portanto a transmissão do vírus que ocorre por  gotículas de saliva, espirro, tosse,objetos ou superfícies contaminadas.. NÃO PODEMOS, PORTANTO, ser negligentes, com o risco de termos um genocídio favorecido pelas condições precárias destes milhões de homens, mulheres, jovens e adolescentes. É imprescindível a mobilização de toda a sociedade, já que temos uma responsabilidade iminente como cidadãos por solidariedade a estes seres humanos esquecidos pelos governos. Milhões de famílias desses dependentes sentem a dor devastadora de ver filhos e pessoas queridas jogadas nas ruas, nas calçadas, sob viadutos reféns dos traficantes, escravos das drogas e em altíssimo risco de contaminação pelo novo coronavírus, que causa doença gravíssima, com dificuldade para respirar , ainda sem remédio e em muitos casos necessitando de UTI.

 

Foto: Carlos Torres

EM SÃO PAULO, CRACOLÂNDIA existe há 30 anos na região central da cidade , no espaço que era ocupado pela antiga rodoviária. O uso de uma droga tão intensa e de preço baixo facilitou sua divulgação, transformando sua existência, numa crescente interação de traficantes com usuários. O crack é uma droga que modifica o funcionamento cerebral levando sua vítima a manejar-se com a parte instintiva do sistema nervoso central e prejudicando significativamente a parte mais evoluída do encéfalo, escravizando o adicto numa necessidade de repetir o uso em forma descontrolada, colocando a droga como sua única opção e prioridade. Usei a referência à escravidão, sendo que na origem da palavra adicção, está a palavra latina adictum, que na antiga Roma definia o individuo que ao não pagar uma dívida, transformava-se em escravo de seu credor.

Traficantes arrecadam cerca de R$10 milhões de reais, por mês, por venderem crack e outras drogas , de segunda a domingo, para 1.700 dependentes na cracolândia da Luz, em SP”

Deu-se o casamento perfeito, entre dependentes e fornecedores do objeto da dependência. Atualmente, na região da Luz, em São Paulo, o tráfico arrecada aproximadamente R$ 10.000.000,00 por mês e a frequência, que em 2016 era de 400 usuários diários passou em 2019 a 1700 pessoas diariamente. Mais da metade dos frequentadores é da capital, 15% do interior, 35% de outros estados e 1% estrangeiros. São moradores da cracolândia 75% e 25% retiram-se após a compra. Muitos dos usuários são parte de famílias que abandonaram numa proporção de 80% e o número de mulheres frequentadoras passou de 17% em 2017 para 24% atualmente. A letalidade desta patologia é imensamente superior a qualquer vírus que tenhamos enfrentado nos últimos tempos.

 

Cada adicto afeta pelo menos 10 pessoas de seu entorno, desestrutura famílias e a própria comunidade.”

 

Devemos considerar o dano social que a dependência de droga provoca. Facilmente cada adicto afeta pelo menos a 10 pessoas de seu entorno. Não esqueçamos que seu efeito patogênico desestrutura famílias e a própria comunidade.

Enquanto redigia este artigo, tentava pensar quantas promessas e ações  foram implementadas ao longo destes 30 anos e, sinceramente, não consigo lembrar de nada que não tenha sido usado de forma política, tampando o sol com a peneira.

Equipes multidisciplinares são necessárias para abranger este complexo problema. Apesar da dependência de drogas ter menos divulgação na mídia que o CORONAVÍRUS, é um problema local que afeta a todos nós. A legislação para facilitar os programas de tratamento, o desenvolvimento de atividades terapêuticas eficientes, orçamento para adaptar instituições às necessidades dos pacientes, programas de ressocialização sem características ingênuas e que observem a seriedade da doença, etc., são as estratégias iniciais para abordarmos o problema.”

PSIQUIATRA PABLO ROIG- especialista com experiência de 42 anos no tratamento de dependentes de drogas; Diretor Clínico da Clínica Greenwood;  CRM: 24968

e-mail greenwood@greenwood.com.br

VAMOS TRABALHAR JUNTOS

 

Artigo do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968**

É difícil definir a situação atual, já que estamos sendo bombardeados com informações relativas à COVID- 19 e muitas delas são contraditórias e algumas de uma incoerência extrema. Vemos figuras de todas as áreas trazendo mensagens absolutas e relativas ao mesmo tempo. Observamos o extremo cuidado em relação a alguns e o descuido total em relação a outros.

.Parece que neste momento a saúde reduz-se ao novo CORONA. Outras patologias de índices de letalidade significativamente maiores parecem esquecidas. Em minha área, já que trabalho na reabilitação de adictos há mais de quarenta anos, temos o exemplo da cracolândia.

Foto:Carlos Torres

Cracolândia, antes da pandemia, já matava 30% dos dependentes no período de alguns anos de uso, além do dano provocado por estes indivíduos pelo aumento da criminalidade na região, a desvalorização desse bairro, o favorecimento de um campo propício para o tráfico sem a intervenção do Estado e outros males que caracterizam esta vergonha social, com a que convivemos passivamente. 

Eduardo Kalina, um estudioso das dependências químicas, que dedicou seus 60 anos como profissional da saúde, na tentativa de recuperar seus pacientes, define a adicção como uma patologia bio-psico-sócio- tóxico-político-econômica, marcando esta polideterminação para a doença. Proponho que tenhamos esta visão ampla para definir toda a psicopatologia e seu impacto no indivíduo e na sociedade. 

Mas não é o que tenho observado. Parece que esta nova experiência mundial tem servido para que alguns tenham se aproveitado da ocasião. A desgraça de alguns pode ser proveitosa para outros. Não esqueçamos as fortunas que se criaram a partir das guerras.

 

Nesta nossa guerra atual, alguns com características francamente psicopáticas tem lucrado com máscaras, álcool gel, gás, aumentos abusivos etc.

Não foram só os ganhos econômicos que entraram em cena. Os ganhos políticos, são tão amorais quanto os financeiros.

É incrível que durante esta tragédia que estamos vivendo, tenham sido feitas pesquisas de opinião para avaliar os presidenciáveis.

É insuportável ver como esta situação dramática é usada para enaltecer egos que já estavam inflados. É triste que nossos dirigentes não possam organizar uma visão ampla para enfrentar um a situação tão complexa como a que nos acomete. Graças a Deus, ainda temos os heróis anônimos, que estão na linha de frente e que são os que nos deixam manter esperança na humanidade.

Algumas soluções propostas, tem sido de uma irresponsabilidade e um desconhecimento da situação, que beiram a ingenuidade.

Quem em sã consciência pode achar que a solução para as comunidades governadas pelo tráfico e as milícias está em negociar com eles? É uma maneira de legalizar sua autoridade, dando o poder de decisão a esta estrutura psicopática que tanto dano provoca a todos nós!

Por outro lado, cogita-se penalizar os que não guardam o isolamento como é esperado com multas e prisão. A quem se refere esta medida? Não precisa ir mais longe, é só ir até a antiga Estação Rodoviária, a Praça da Sé, a AV. Roberto Marinho, que vão ter centenas de candidatos para serem cuidados pelo Estado.

Vamos encarar a crise de forma ampla, contemplando todos os impactos nas diferentes áreas e pensando juntos, sem intervenções ideológicas, sem ambições pessoais e talvez possamos encontrar uma saída mais ampla e menos prejudicial.

PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG- especialista com experiência de   42  anos no tratamento de dependentes de drogas; Diretor Clínico da Clínica Greenwood. CRM: 24968
e-mail greenwood@greenwood.com.br

 CORONAVÍRUS E SAÍDAS MÁGICAS

ARTIGO DO PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG, CRM  24968

Em tempos de COVID- 19… Parece que tudo que escrevo recentemente está contaminado com este preâmbulo!!!

Isto não é à toa. Toda nossa vida atual está tingida pelo efeito deste vírus. Pessoas com grande atividade vital, tem que encontrar métodos criativos para, pelo menos, não perder o ritmo. Vemos como alguns, com muito humor, vão desenvolvendo atividades simpáticas, hilárias e solidárias. Por outro lado, outros levam o isolamento como um castigo, um sofrimento e muita revolta. Mesmo os que passam muito tempo frente a seu computador trabalhando em home office sofrem por estar no mesmo lugar e com as mesmas pessoas,às vezes, em espaços restritos e saturados. Soma-se a isto o medo do contágio e as constantes notícias trágicas que vêm por meio da mídia ou por informações falsas.

DIVÓRCIOS

O impacto da pandemia não se reduz ao sistema biológico e tem um forte efeito na vida emocional e de relação. Não é à toa que uma avaliação chinesa tenha notado o aumento de divórcios no seu meio, após o abrandamento da quarentena.

 

BEBIDA ALCOÓLICA, OUTRAS  DROGAS, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Existe um risco iminente para o enfrentamento da situação, já que nem todos tem recursos psicológicos para lidar com a frustração, a espera, as perdas, etc.. A ameaça vem por conta da solução químico-tóxica, sendo seu representante mais conhecido e de fácil obtenção, o álcool. Viu-se, a partir da quarentena, um aumento significativo do consumo de bebidas alcoólicas. É evidente que esta circunstância não é inconsequente. O estresse, a ansiedade e a depressão que acompanham o isolamento, são as motivações para procurar a saída imediata e tóxica, de resultados pobres e que se mantem enquanto o individuo está sob o efeito da droga. Além não ser uma real solução para o problema, o álcool diminui a repressão que controla nossos atos e nos faz agir de forma inconsequente, motivando um aumento de violência, verificada pelo acréscimo de crimes domésticos que caracterizam este tempo.

A dificuldade de obter outro tipo de drogas psico-neuro-sócio-tóxicas, leva à procura do álcool como recurso, apesar de vermos a criatividade dos traficantes para abastecer seus clientes com o produto, usando delivery, drones, etc., como forma de distribuição. É mais difícil quantificar o consumo de outras drogas, que não o álcool e o tabaco neste período, mas sabemos que a procura por saídas magico-toxicas são significativamente mais frequentes. 

Não devemos menosprezar o fato de que o alcoolismo é uma doença progressiva e que o aumento de seu consumo neste período, possa aumentar também a chance de estabelecer um padrão de uso perigoso.

 PACIÊNCIA E RESPONSABILIDADE

Mais que nunca, devemos cuidar de nossa integridade bio-psico-social, com responsabilidade, criatividade, paciência, na crença que tudo vai passar.

PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG- especialista com experiência de 42 anos no tratamento de dependentes de drogas e Diretor Clínico da Clínica Greenwood. CRM: 24968
e-mail greenwood@greenwood.com.br

Geenwood: teste da COVID-19 em novos pacientes diminui tempo de isolamento

 

A  Clínica Greenwood, aprovada pela Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo para o tratamento de dependentes de drogas, está realizando testes da COVID-19 nos novos pacientes, conforme informa em seu PROTOCOLO CORONAVÍRUS – COVID-19, publicado em sua terceira atualização em 17 de abril. O Protocolo adota importantes medidas para prevenir a contaminação de pacientes, familiares e funcionários. O OBJETIVO É SOMAR ESFORÇOS NA DEFESA DAS NORMAS DETERMINADAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE . O PROTOCOLO GREENWOOD é utilizado na unidade para internação, em Itapecerica da Serra, cidade paulista a 41 quilômetros da capital, e no hospital-dia, no Jardim Paulista, zona Oeste de São Paulo .

Ao anunciar a novidade, o tesde da COVID_19 em novos pacientes, o Protocolo número 3 da GREENWOOD explica:

Pacientes internados na Greenwood. neste período de pandemia, passarão por um período de sete dias separados dos outros pacientes, realizando tratamento individual em área separada da dos outros pacientes, realizando tratamento individual em áreas separadas das dos outros pacientes, tendo acesso a enfermagem, psicólogos e médicos. Após o período de sete dias, será realizado teste rápido para coronavírus e sendo este negativo, o paciente será liberado a participar do tratamento na comunidade. Se o teste for positivo, o paciente continuará sendo atendido isolado de outros pacientes. em alas separadas e apresentando sintomas graves da doença será transferido a hospital com suporte clínica para estabilização, podem do retornar à clínica após a alta do hospital.”

PROFISSIONAIS E CLÍNICAS QUE TIVEREM INTERESSE EM CONHECER A ATUALIZAÇÃO NÚMERO 3 DO PROTOCOLO GREENWOOD CORONAVÍRUS – COVID-19, PODEM MANDAR MENSAGEM OU LIGAREM PARA O CELULAR / WhatsApp (11) 94223-4184 e falarem com a Coordenadora do Instituto Greenwood, Helena Parolari.

 

É A CLÍNICA GREENWOOD NA DEFESA DA SAÚDE E DOS DIREITOS DOS PACIENTES E DE SUAS FAMÍLIAS.

 

“Autorizar produto com canabidiol é o primeiro passo para a liberação da maconha “

Artigo do doutor Pablo Miguel Roig, CRM: 24968**

 

PSIQUIATRA QUIRINO CORDEIRO JUNIOR: “Fumar maconha facilita a infecção pelo novo coronavírus.”

Estudos mostram que fumar maconha representa aos pulmões risco cinco vezes maior do que o cigarro.. PORTANTO, como o novo coronavirus ataca os pulmões, os fumantes de maconha, “têm maior facilidade para a infecção, que causa a COVID-19”,doença gravíssima que já registra casos e mortes em 213 países. O alerta é do Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania,psiquiatra Quirino Cordeiro Júnior, que descreve os vários riscos:

Walter Casagrande realiza um debate sobre dependência química na rádio CBN

Walter Casagrande e a psicóloga Graziela Maria realizam um debate sobre dependência química na rádio CBN

O ex-jogador Walter Casagrande realiza nesta semana um debate sobre dependência química em torno do livro “Casagrande e seus demônios”. Ele conversou sobre o tema no Show da Notícia com Tania Moreles e também com a psicóloga Graziela Maria. Confira no vídeo abaixo:

Para ver a notícia no FaceBook, clique aqui.

Pesquisa mapeia comportamento de dependentes químicos na internet

O Instituto Sírio-Libanês listou 2,4 mil comunidades virtuais. Discussões vão desde tratamento a como usar entorpecente.

O Instituto Sírio-Libanês mapeou o comportamento de dependentes químicos na internet. Os pesquisadores usaram palavras chaves como maconha, usuário, pó e listaram 2,4 mil comunidades virtuais.

Dessas, 996 abordaram como tema a maconha. Os participantes deixam mensagens sobre a descriminalização da droga, falam sobre os efeitos e até dão dicas para quem quer plantar a erva. Outras 995 comunidades abordavam o crack e têm como tópicos as crises dos usuários, a busca por tratamentos e relatos de familiares que trocam experiências e indicam clínicas de desintoxicação. A cocaína é listada em 446 comunidades, onde os usuários falam do preço e da qualidade da droga, alguns até ensinam como usar o pó.

Os pesquisadores trocaram mensagens com os participantes das comunidades para saber quais eram as fontes das informações disponibilizadas nas páginas. Todos citaram textos e vídeos informais, divulgados por outros usuários, muitas vezes anônimos. Nenhum internauta disse compartilhar informações obtidas em sites do Governo.

“O volume de desinformação, de informação paralela, de informação equivocada, tem sido imenso, transmitidos por sites sem nenhuma responsabilidade, alguns banalizam a questão do uso das drogas, então dá a dimensão de que não é um problema tão grave assim. Nos sites do Governo existem mais informações para os gestores, ou para os profissionais da área de saúde. As informações mais voltadas para o usuário, dos interesses do usuário, perguntas do usuário, não são bem estruturadas”, afirma o coordenador de Saúde Mental de Ribeirão Preto, Alexandre de Souza Cruz

A presidente do Projeto de Restauração de Vidas (Proreavi) de Franca, Eliana Justino, diz que é preciso cuidado ao tratar todos os casos como sendo iguais. “Nem todas as informações que você encontra na internet são reais para aquele dependente, as pessoas são diferentes, então elas têm que ter um atendimento e um tratamento diferenciado”, conclui.

O técnico em química Gustavo Morais Almeida usou drogas por 15 anos. Em 2009 ele buscou informações na internet para deixar o vício. “Procurei saber sobre os tratamentos, sobre a melhor forma, mas também surgiram algumas dúvidas, como, por exemplo, se auto diagnosticar. De repente tem um medicamento que a gente pode usar ou não, colocando na cabeça da gente que de repente a gente pode ter uma doença ou outra, um transtorno. Sem a ajuda de um profissional é muito difícil”, conta.

A pesquisa também analisou os tópicos mais recorrentes nos fóruns dentro das comunidades. Muitos participantes reclamam da falta de leitos no sistema público e da dificuldade para pagar o tratamento. Em Ribeirão Preto são apenas 36 leitos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para dependentes químicos.

Segundo Cruz falta investimento. “Há necessidade de locais para receber esses pacientes e os sistemas que se dizia que poderia substituir completamente a internação, na verdade não substituem. Eu não tenho a mínima dúvida de que isso é um dever que tem que ser cumprido pelo Estado”, diz.

fonte: gazetaweb.com

Ex-jogador Sócrates segue internado em estado grave, diz hospital

O ex-jogador Sócrates, de 57 anos, está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, com quadro de choque séptico de origem intestinal, segundo informações do boletim médico divulgado na manhã deste sábado (3). Segundo o hospital, Sócrates voltou a ser internado na quinta-feira (1º).

De acordo com o boletim médico, o ex-jogador respira por aparelhos e passa por sessões de hemodiálise. Segundo a mulher de Sócrates, ele teve uma infecção no intestino causada por uma bactéria.

Esta é a terceira vez este ano que o ex-atleta e ídolo do Corinthians é internado. Nas duas ocasiões anteriores, ele foi internado para tratar de uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.

Em sua última internação no mesmo hospital, dia 5 de setembro, Sócrates ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou da ajuda de aparelhos para respirar. Recuperado, recebeu alta médica dia 22. Anteriormente, ele havia ficado nove dias internado, e saiu no dia 27 de agosto.

Em entrevista ao Fantástico gravada após ter alta, Sócrates contou como a bebida quase o levou à morte. Ele reconheceu que era dependente de álcool. “É nessas horas que a gente cresce. Saio muito mais forte, muito maior e com muito mais compromissos e responsabilidades que eu tinha antes”, resumiu.

A cada três horas um brasileiro se afasta do trabalho para tratar a dependência química

Número de afastamentos no primeiro semestre deste ano foi 22% maior que em 2010

A cada três horas uma pessoa recebe licença do trabalho para tratar a dependência química, em todo o país. Segundo o ministério da Previdência Social, só no primeiro semestre deste ano, 21 mil trabalhadores foram afastados do serviço por este motivo, um aumento de 22% comparado ao mesmo período de 2010.

Realidade cada vez mais comum entre pessoas de diferentes classes sociais, a dependência química aparece com mais frequencia entre empresários, médicos, advogados, garis, economistas, professores e funcionários públicos.

Para a psiquiatra Analice Gigliotti, “um aumento da tensão profissional pode ser uma variável, mas não é única”.

– É preciso ter também uma detecção mais precoce desses problemas relacionais ao uso de substâncias no ambiente de trabalho.

Atrasos, confusão e queda de produtividade estão entre os problemas enfrentados pelos dependentes químicos na vida profissional que afetam também as empresas.

Um funcionário público, que teve que se afastar do trabalho para se cuidar do vício em álcool, maconha, cocaína e crack por 17 anos, diz “que conseguia usar (drogas) de noite e trabalhar bem no outro dia”.

– Só que essa é uma doença progressiva, incurável e fatal. Então eu comecei a ficar atrapalhado e a chegar tarde no serviço.

Segundo os especialistas, reconhecer que precisa de ajuda é o primeiro passo para quem busca a cura do vício, além do apoio da família.