“Medicina, Psicologia e Enfermagem não ensinam como tratar doença já epidemia no Brasil: dependência de droga. Adictologia”, explica o dr. Pablo Roig

ARTIGO  DO PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG, CRM 24968***

Em uma publicação anterior, frisava como a dependência química está carregada de preconceito por nossa sociedade, que mantém uma posição indiferente para com essa doença que atinge um grande número de indivíduos, que afeta a comunidade com o aumento da violência, do ausentismo laboral, do abandono de projetos de formação, o agravamento da morbidade, tendo um custo econômico-social astronômico e dano pessoal para o doente e sua família. Paradoxalmente, esta situação patológica não é observada ao se formarem profissionais da saúde, já que se analisarmos os programas das faculdades de medicina, psicologia, assistência social e enfermagem e não há informação suficiente para que os responsáveis para abordar estas situações mórbidas tenham a expertise para desempenhar sua função. Para problemas complexos, soluções complexas…

 Os pacientes de uma certa gravidade devem ser tratados por equipes que preencham os requisitos para atuar eficientemente contra esta doença multideterminada e com alcance amplo. Os adictos são vítimas de um morbo bio-psico-neuro-genético-socio-tóxico, devendo ter tratamentos que sejam orientados para o enfrentamento de uma entidade ampla, que atinge os aspectos vitais de suas vítimas. Se analisamos o problema com esta seriedade, não podemos negligenciar nenhum dos aspectos essenciais terapêuticos. Não basta para esta tarefa que os responsáveis pelo enfrentamento usem os conhecimentos dos cursos universitários, o treinamento como conselheiros, os grupos de mútua ajuda, se não se entende que a adicção supera os esforços individuais ou a falta de experiência especificamente nesta área. Vemos frequentemente o fracasso dos intentos terapêuticos, mesmo os mais bem intencionados, que geralmente não são suficientemente abrangentes e que dão a esta “especialidade” a má fama de que não há possibilidade de reabilitar os dependentes em forma duradoura. Na nossa instituição, recebemos casos com inúmeras internações anteriores, e que não se sustentam pelo fato de não possuírem os meios terapêuticos que dão continência, vínculo e um projeto de ressocialização posterior ao trabalho intensivo, multidisciplinar, de equipe de abordagem múltipla, realizado frequentemente por meio de internação. As condições para um tratamento eficiente, foram bem descritas inicialmente pelo NIDA e revista no ano 2.000 que inicialmente listou as características da abordagem terapêutica, constando em treze itens essenciais. Recomendo sua leitura: (colocar os itens do NIDA)

Neste momento, em que estamos sendo atingidos por um vírus novo que mobilizou a comunidade mundial, vemos inúmeras publicações científicas  referentes ao tema, programas de treinamento aos profissionais da saúde para uma atuação específica em relação ao COVID-19, a construção de centros de atendimento em tempo recorde, investimentos bilionários para a busca de uma solução ao problema, uma indução à mudança de hábitos e condutas, o uso da legislação para o controle por parte do estado, a medição da quantidade de afetados pelo vírus e as mudanças na atitude em relação à saúde pública, em resumo uma mobilização mundial, com conotações político-econômico-sociais. Que acontece em relação as dependências químicas? Será que o problema é tão insignificante que pode ser negligenciado, ao ponto de não ter sido observado ao formar profissionais da saúde para lidar com esta pandemia que atinge a todos nós, em todos os aspectos? Assim com o Corona, temos muito a apreender com esta doença, mas a pior forma de enfrentá-lo é pensar que é um problema menor. A sociedade deve abrir os olhos para esta entidade nosológica e começar o seu enfrentamento formando “soldados” eficazes, com conhecimento de causa que possam entender o seu inimigo para atingi-lo em forma eficiente e responsável para o bem da sociedade.  

É imprescindível que revejamos a ótica em relação as adicções, e entendamos que esta guerra, como está sendo encarada atualmente, está sendo perdida por nós. Isto me lembra a guerra em que participei, da Argentina contra a Inglaterra, nas Ilhas Malvinas, em que a minimização do problema bélico por parte dos sul americanos, o menosprezo em relação aos adversários, o desinteresse por ter aliados fortes, as barbaridades diplomática orientadas pela negação e a arrogância, nos levaram a uma derrota humilhante. Se vale de alguma coisa observar a história para aprender com ela, não menosprezemos o nosso inimigo e façamos uma análise logística e estratégica para não continuarmos a ser derrotados pelas drogas. Vale a pena rever os currículos de formação de profissionais da saúde e considerar que talvez a adictologia seja uma nova especialidade a ser respeitada.

***Psiquiatra  Pablo Miguel Roig, Diretor  da  Clínica  Greenwood,especializada no tratamento de dependentes de drogas e  recomendada por psiquiatras no Brasil, na  Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha.

 

Brasil, país de maior número de apreensões da droga da série “Breaking Bad”, metanfetamina.

                                

Artigo  do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968*

As drogas sintéticas têm ganho um espaço importante na relação de usuários de drogas com seu agente etiológico. Dentre as drogas produzidas em laboratório, a metanfetamina ocupa um espaço de uso de proporções epidêmicas. Apresenta-se como um pó branco e amargo ou em forma de cristal azulado. É uma droga altamente estimulante, que pode ser fumada, aspirada, ingerida ou injetada. Comumente, a droga é conhecida como Meth, Cristal Meth,Cristal, Ice, Speed, Glass,Yaba, Christine, Rebite ou Bola. Assim como outras drogas estimulantes, seu efeito farmacológico é em resposta à liberação importante de dopamina no centro da recompensa de nosso sistema nervoso central, sendo este neurotransmissor o responsável pela motivação e a percepção do sentimento de recompensa e satisfação. Pelo fato de seu efeito ser momentâneo e rápido, a tendência de seu uso, tende a tornar-se compulsivo, para recuperar a estimulação obtida em forma imediata pelo fármaco. Esta característica transforma a metanfetamina numa droga de forte poder adictivo, provocando na suspensão do seu consumo sintomas de abstinência como ansiedade, depressão, sintomatologia psicótica e fissura intensa.

                                                                Cartaz  da  série  “Breaking  Bad”

Os efeitos imediatos das metanfetaminas caracterizam-se pelo aumento da pressão sanguínea, da temperatura corporal, da atividade, a diminuição do sono e da fome e aumento da resistência à atividade física. Estas características foram usadas durante a Segunda Guerra Mundial na procura de obter super-homens nas fileiras do exército alemão, fato magistralmente descrito por Norman Ohler no livro “HIGH HITLER”. O processo de produção e distribuição, também está exposto no seriado “Breaking Bad ”, mostrando a relação desta droga com máfias internacionais, assim como o dano que seu consumo provoca.   Além da relação da droga com o aumento da criminalidade e também de acidentes automobilísticos, a indução a comportamentos antissociais e a evasão escolar, as consequências mediatas, incluem a falta de cuidado dos usuários, pelo fato de terem seu julgamento alterado, colocando-os em risco de contrair doenças infecciosas como HIV, hepatite, sífilis ao não cumprirem com os recursos higiênicos no uso injetável. Também apresentam perda de peso, ansiedade, confusão, insônia, perda de memória, comportamento violento, alterações do funcionamento cerebral, paranoia, alucinações, comichão e sérios problemas na dentição.

A sobredose pode provocar AVC e infarto do miocárdio, principalmente, assim como lesões em outros órgãos.

Os tratamentos para este tipo de patologia, baseiam-se na realização de diagnósticos abrangentes, que observem elementos como: o uso concomitante de outras drogas psicoativas, os danos na estrutura psíquica, assim como a biológica do paciente, a sua estrutura de personalidade e os seus elementos cognitivos e sua situação sociofamiliar. A interação de equipes multidisciplinares e de abordagem múltipla, aumentam significativamente a possibilidade da reabilitação. Deve-se respeitar a abstinência de substâncias psicotóxicas e a manutenção do tratamento pelo tempo necessário. A interação do tratamento psiquiátrico com o cognitivo comportamental, assim como técnicas de ressocialização têm se mostrado eficazes.

Nossa preocupação está também ligada à produção anual de aproximadamente 150 novas drogas sintéticas, com poder destrutivo incalculável e com as misturas que os usuários consomem, sem ao menos saber o que estão incorporando em seu sistema. Os profissionais desta área devemos estar permanentemente atualizados e constantemente nos surpreendemos com a criatividade destrutiva permanente dos produtores e consumidores de drogas. 

Um relatório da UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), refere que estamos lidando com 350 novas drogas sintéticas no mercado e descreve a abertura de novas rotas de distribuição através de países do oeste da África e o Irã. Também faz referência a que a sua popularidade é facilitada por não terem limitado seu nicho de mercado, podendo ser compradas e vendidas por meios virtuais. Na América Latina, as drogas de maior consumo são ainda maconha e cocaína, não considerando o álcool e o tabaco, mas a metanfetamina vem ganhando espaço significativo e o Brasil e o país de maior número de apreensões da droga.

Temos percebido em nossa atividade terapêutica, que existe uma minimização das consequências do uso destas drogas sintéticas e que os usuários tendem a não as considerar substâncias que provoquem dependência assim como o álcool, a cocaína e o crack. Isto dificulta o tratamento, mesmo em indivíduos que já há tempos perderam o controle de uso, assim como nos impede atuar com os pacientes, através de processos de prevenção secundária. Trata-se de um desafio novo, que requer atenção das autoridades, tanto relativas à saúde pública como os mecanismos de controle da produção, distribuição e uso desta substância bio-neuro-psico-socio-genético-tóxica.

 

 

*Psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968, criador e  diretor  da  Clínica  Greenwood, referência no tratamento de  dependentes de drogas no Brasil, na  Argentina, nos  Estados Unidos e na  Espanha

Dr. Pablo Roig: “Preconceito ainda marca a dependência de drogas,uma doença do cérebro”

Artigo do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968*

 

A dependência química é uma patologia que podemos considerar recente, não em relação a sua existência, e sim, devido a que só nos últimos tempos foi encarada como uma doença em seu tratamento e sua compreensão.

Na década de 50 do século passado, o Dr. Elvin Morton Jelinek, referência no estudo do alcoolismo, escreveu um livro cujo título é “The Disease Concept of Alcoholism”, dando uma clara noção que este conceito não estava internalizado, nem sequer pela sociedade científica. O conceito de doença…

 

A ciência conseguiu modificar alguns preconceitos ligados a doenças que mais que entidades nosológicas, eram vistas como maldições divinas, problemas de caráter, influência de maus espíritos etc. Temos como exemplos a lepra, que atualmente denomina-se Hanseníase em função da carga preconceituosa que os leprosos suportavam, a epilepsia, que estigmatizou os portadores da doença, dando um significado místico às convulsões, a depressão, que até consolidar o conceito biológico deste mal, tinha-se o conceito de ser um transtorno de caráter. São patologias que, na atualidade, não são colocadas como sendo de responsabilidade do doente ou de influências místicas. Nas adicções, a situação continua  carregada de preconceito, talvez pelo fato de que sua sintomatologia tem muito de condutual. O uso das drogas, tanto lícita como ilícitas, vem acompanhada de ruptura de regras e normas de interação social.

          Psiquiatra Nora  Volkow, Diretora do National Institute on Drug Abuse 

Estudos recentes mostram que a dependência química é uma doença do cérebro como é frequentemente afirmado, com apoio em trabalhos científicos incontestáveis, pela Dra. Nora Volcow. As drogas, quando usadas precocemente impedem o amadurecimento cerebral e seu uso continuado altera a relação de diferentes áreas do sistema nervoso central, modificando o equilíbrio entre o desejo, sua avaliação e a realização do ato. Mudam os critérios valorativos, as prioridades e transformam o adicto em um ser imediatista e impulsivo. É claro que esta é a descrição de um indivíduo com sua existência reprovável, mas não esqueçamos que ficar doente não é uma escolha do paciente e que tem uma série de fatores que influenciam a gênese desta patologia como os genéticos e os epigenéticos.

Não é infrequente que os serviços da saúde rejeitem pessoas que vem solicitar atendimento, ao se tratar de adictos.Pessoas não preparadas, incluindo profissionais da saúde, recusam-se a atendê-los, já que não é uma patologia que inspira simpatia nem acolhimento. Esta reação prejudica o processo terapêutico que somada à resistência social, ao despreparo do sistema de saúde e à tendência do paciente de negar a realidade que o acomete, por ser insuportável para ele aceitar ser portador de uma patologia tão humilhante, provoca a ineficiência dos esquemas terapêuticos para a doença. Como resultado, uma pequena porcentagem dos atingidos vem pedir ajuda de própria e espontânea vontade.

Um trabalho que apresentei no Congresso Argentino de Psiquiatria no ano 1978, quando ainda era residente do serviço de Psiquiatria do Hospital Italiano de Buenos Aires, visava a identificar os pacientes com uso excessivo de álcool que estavam internados em um simples dia na instituição. Usamos na época o questionário do Dr. A. Grimson e com a ajuda de todos os residentes pudemos interrogar a 500 pacientes em 24 horas. Nossa surpresa foi encontrar que 20% dos internados aplicavam como bebedores problema e alcoólicos. Nesta época, eu coordenava a equipe de alcoolismo do Hospital e éramos procurados por pacientes diretamente ou recebíamos indicações de outros especialistas. Por se tratar de uma instituição de alta complexidade com diferentes especialidades contávamos com as derivações de colegas de outras áreas da medicina. Mesmo com o potencial de pacientes que o Hospital tinha, atuávamos no máximo em nosso serviço, com o irrisório número de 6 a 8 pacientes. 20% de 500 é 100 em um dia só de pessoas que poderiam beneficiar-se de programas de prevenção e tratamento que não eram encaminhados a um setor específico!!! Vemos aqui a resistência de possíveis pacientes, dos profissionais da saúde e das próprias famílias que sentem a vergonha como motivação para sua atitude. Uma avaliação simples nos levou a perceber que os pacientes que procuram nossa ajuda, geralmente tem sua consulta induzida, quando não tem mais como negar e que geralmente passaram vários anos (de 5 a 8) consultando-se com qualquer especialista, menos o específico, formado e preparado tratar adicções.

É necessário rever nossa ótica em relação à dependência química. É uma doença como as outras, que tem agente etiológico, diagnóstico, prognóstico e tratamentos eficientes, que dependem de profissionais formados especificamente e que tem por função fazer parte de equipes multidisciplinares de abordagem múltipla pela complexidade e a característica multifacética da patologia. O processo de acolhimento e reinserção social, é de extrema importância. Ver os pacientes e suas famílias com compreensão e compaixão faz parte importante do tratamento, já que um fator de recaída sempre presente é a marginalização da vítima da doença.

 

*PSIQUIATRA PABLO MIGUEL  ROIG,  CRM 24968,   criador e  Diretor  da  Greenwood, clínica  referência no tratamento de dependentes de drogas  no Brasil,  na  Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha.  

 

Cracolândias e o não cumprimento da lei federal 13.840,que completa um ano hoje, aumentam nestes tempos da COVID-19 os riscos para mães de dependentes de drogas no Brasil

Artigo assinado pelo psiquiatra Pablo Miguel Roig,CRM 24968,dra.Eloisa Arruda e pelo Presidente da FEAE, Miguel Tortorelli***, que participam da campanha “PAIS CONTRA AS DROGAS”

 

Foto: Carlos Torres// cracolândia da Lu, centro de SP

Na São Paulo das cracolândias, onde é fácil conseguir droga, mães de dependentes são grupo de alto risco para a Covid-19. São senhoras de 60, 63, 66 anos que estão isoladas em seus apartamentos ou casas, mas de madrugada, recebem telefonemas para irem buscar filhos jogados nas ruas sob efeito de drogas. Ou são informadas por interfone que filhas estão em táxis nas portas de seus condomínios, com motoristas cobrando e advertindo que estavam na região da cracolândia. Muitas vezes, esses dependentes ficam cinco, seis dias fora de casa usando drogas e, depois, retornam podendo contaminar suas mães porque estiveram em locais de alto risco para o novo coronavírus.

                                                                        Psiquiatra Pablo Miguel Roig

Retrato preocupante do que ocorre em São Paulo e em 85% das cidades brasileiras com cracolândias, conforme números da Confederação Nacional dos Municípios.Cidades que ignoram a lei federal antidrogas 13.840/2019, que está completando UM ANO hoje,5 de junho. Lei que estabelece o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e define as condições de atenção aos usuários ou dependentes e autoriza pais a solicitarem a psiquiatras até a internação involuntária de filhos em hospitais do SUS, quando está colocando em risco sua vida e a de terceiros, como os que e estão em cracolândias.

                                                                           Doutora Eloisa Arruda

Dependência de droga é doença que desestrutura de tal forma o cérebro, que a droga passa a ser prioridade. Cada dependente afeta pelo menos 10 pessoas de seu entorno,causando separação, medo e violência. Entidades que orientam e prestam assistência a familiares de dependentes de drogas, como a Federação de Amor-Exigente, têm constatado o aumento dos casos no Brasil de mães aflitas que,nestes tempos de pandemia,buscam internação involuntária para recuperar os filhos mas enfrentam imensas dificuldades na rede pública pelo não cumprimento da lei 13.840/2019.

                                        Miguel  Tortorelli, Presidente da  Federação  de  Amor-Exigente 

O isolamento forçado, como o que estamos vivendo, é também campo fértil para o agravamento do consumo de drogas tanto lícitas como ilícitas, causando ou agravando quadros de depressão,ansiedade, insônia, violência doméstica e divórcios.E drogas,em sua maioria,agem negativamente em relação à imunidade, sendo que esta é de total importância como elemento protetor contra o novo coronavírus, que causa a COVID_19. Opiáceos claramente diminuem a imunidade, assim como outras drogas que modificam o equilíbrio biológico dos usuários. Drogas fumadas, como a maconha, o crack e o tabaco em cigarro, narguilé, charuto,cachimbo e cigarro eletrônico provocam inflamação das vias respiratórias, facilitando, portanto, o efeito agravante do novo coronavírus que ataca os pulmões. Nas cracolândias, além da droga fumada, há aglomeração e muita sujeira, facilitando, portanto, a contaminação.

Lei prevê também a possibilidade de internação compulsória, quando familiares não são localizados mas o dependente tem surtos psicóticos pelo uso de drogas nas ruas.Importante esclarecer que todos os tipos de internação devem ser informados ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização.

Portanto, enquanto a lei 13.840/2019 não for cumprida, a dor vai substituir o amor, além de colocar em risco mães de dependentes que não encontram amparo na rede pública de Saúde para recuperar filhos dependentes de drogas.

**Psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968, especialista há 42 anos no tratamentos de dependentes de drogas e diretor da Clínica Greenwood;, referência para psiquiatras do Brasil, da Argentina, dos Estados Unidos e da Espanha.,

***Doutora Eloisa Arruda Professora de Direito Processual Penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (graduação e pós graduação), que foi Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (2017-2018) e Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo (2011-2014);

***Miguel Tortorelli, Presidente da Federação de Amor-Exigente, que atende e orienta , gratuitamente, por ano, um milhão e 200 mil famílias de dependentes de drogas no Brasil.

Doutor Pablo Roig: “É epidemia, mas dependência de droga ainda não é disciplina nas faculdades de Medicina”

“Dependência de droga é doença do cérebro e epidemia no Brasil. Mas AINDA não é disciplina nas faculdades de Medicina em todo o país e não recebe do Ministério da Saúde e nem dos governos estadual e municipal investimentos necessários à criação de programas de prevenção e tratamento que, de fato, evitem os casos e recuperem estes graves doentes no Brasil.” Análise do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968 ,nesta terça-feira, na live “Prevenção e tratamento”. promovida pelo terapeuta Roberto Brunelli no Instagram e assistida por profissionais e familiares de estados brasileiros. Roberto Brunelli é o criador da FEBRACI- Federação Brasileira de Clínicas Terapêuticas Involuntárias. O doutor Pablo Roig tem em seu currículo 42 anos de experiência no tratamento de dependentes de drogas , é o criador e Diretor Clínico da Greenwood, clínica referência para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos  e na Espanha. O doutor Pablo e Roberto Brunelli participam da campanha “Pais contra as drogas”

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No Brasil, 85% dos municípios têm cracolândias, denuncia a Confederação Nacional dos Municípios informando que o uso do crack prejudica nessas cidades EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA. Adolescentes fumam maconha e já experimentam outras drogas, como cocaína, lança-perfume e ecstasy, oferecidos por colegas de festas, condomínios e de escolas.”Mas a dependência de droga, pela desinformação, ainda é vista pela população com preconceito porque o dependente tem conduta reprovável”,  avalia o doutor Pablo Roig. ” E, por desinformação, as famílias demoram de cinco a sete anos para encontrarem tratamento eficaz para tratar filhos ou parentes dependentes químicos.”

O doutor Pablo explicou que o tempo de tratamento “depende do diagnóstico médico e que  é necessária a abstinência”. Contou que na Greenwood , há 80 profissionais para tratar 30 dependentes “ e que nestes tempos de COVID-19 foi feito um Protocolo para evitar a contaminação e contratado um infectologista para acompanhar todo o trabalho de prevenção.

ASSISTA :

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Uma conversa sobre Dependência Química no Brasil. 02/06/2020

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Dúvidas sobre drogas? Dr. Pablo responde amanhã em live no Instagram

“Prevenção é arma riquíssima contra drogas”, defende o psiquiatra PABLO ROIG, CRM 24968,que participa AMANHÃ,dia 2,da live “Prevenção & Tratamento”, ÀS OITO DA NOITE, NO INSTAGRAM.  ´SERÁ  COM ROBERTO BRUNELLI, CRIADOR DA FEBRACI- FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS CLÍNICAS TERAPÊUTICAS INVOLUNTÁRIAS. PARTICIPE FAZENDO PERGUNTAS.

O doutor Pablo Miguel Roig  é médico formado na Faculdade de Medicina de Santos, em São Paulo, fez especialização em Psiquiatria no Instituto Italiano de Buenos Aires, na Argentina. Depois, em dependência de álcool e outras drogas na Adiction Research Foundation, no Canadá, centro referência da Organização Panamericana de Saúde. Em 1986, fundou a Clínica Greenwood, em Itapecerica da Serra, município paulista, tornando a Greenwood clínica referência para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal.

Respostas às perguntas da live “Cracolândia: Dependência Química em Tempos da Covid-19”!

Respostas às perguntas da live

“Cracolândia Dependência Química em tempos da COVID_19”

promovida pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia:

 

 

RESPOSTAS DO PSIQUIATRA PABLO ROIG, CRM 24968, Diretor da Clínica Greenwood

Jair Batista – E se o usuário não quiser o tratamento?

Geralmente os pacientes fazem uso da negação como mecanismo psicológico de enfrentamento das dificuldades provocadas pela doença. Também responsabilizam os outros pelos seus fracassos, projetando as dificuldades e consequências geralmente na família. Sabemos que esta solução espúria é ineficiente para lidar com o problema, só posterga a solução. Em média, nossos pacientes demoram de 5 a 8 anos para procurar tratamento específico, apelando a pseudotratamentos que não observam a total abstinência como programa terapêutico. Este processo e chamado pelo especialista, Prof. Eduardo Kalina como aperfeiçoamento e não tem verdadeiro valor de reabilitação.

Quando a situação é crítica, com risco para o paciente e os que o circundam, a internação compulsiva tem o objetivo de proteger o paciente e seus achegados. O que deve ser feito é oferecer inicialmente ajuda para aceitação espontânea, implicando a participação de quem tenha influência sobre ele e solicitar a colaboração, para orientação, de grupos de ajuda mútua com Amor Exigente.

2)– Bella Sousa Santos – O cérebro estaria funcionando de maneira “errada” por buscar sempre o mecanismo que nos faz mal? Tu poderia explicar essa questão novamente, por favor Dr. Pablo?

Nosso cérebro tem diferentes áreas com diferentes funções. Na evolução das espécies, os humanos fomos desenvolvendo o Córtex, como a região das funções mais sofisticadas para os valores de nossa espécie. A área límbica, que está na região central de cérebro, tem no Núcleo Acuminado (NA) a função de identificar experiências de recompensa, com a sensação de prazer. Isto se dá graças a liberação de um neurotransmissor chamado Dopamina (DA). Para ter noção deste mecanismo, usaremos alguns exemplos.

Se comemos ao estar com fome, registramos a sensação de prazer ao nos alimentarmos, liberando 50% a mais de DA no NA, se temos uma boa relação sexual liberamos 100% de DA, ao usarmos cocaína, liberamos 500% de DA, com nicotina 250%, com anfetaminas 1.000%, com crack 900%, isto em números aproximados. Como podemos imaginar, a experiencia do contato de estimulantes com o nosso Sistema Nervoso Central (SNC) se transforma numa situação incomparável com qualquer vivência pela intensidade do efeito. Com a repetição do contato, o cérebro vai modificando seu funcionamento, exacerbando a função límbica e prejudicando a função cortical, que é a que consegue controlar nossa impulsividade com a avaliação de consequência de nossos atos. Mudam-se as prioridades e valores, passando a colocar a obtenção de drogas que repitam a imensa sensação de prazer, mesmo que por tempo curtíssimo, apesar das consequências que enfrentarão.

Nada tem significado se não está ligado à intensidade de prazer, mesmo que a qualidade dele seja pífia pelas consequências do consumo. A droga passa a ser a motivação central se suas vidas, custe o que custar, levando os usuários a uma vida de perdas constantes, solidão, fracasso e finalmente e não excepcionalmente à trágica morte.

3) Silvia Maria Lopes de Mello – Temos uma situação complicada visando o isolamento social, durante essa pandemia, em função do isolamento. Como resolver esse impasse pensando na dependência?

Em tempos de COVID-19, estamos vivendo dia a dia, já que se trata de uma situação inusual. Sabemos dos inconvenientes do isolamento e suas consequências em nossa vida psíquica e social. Já verificamos um aumento significativo do uso de drogas psicoativas, principalmente de álcool, aumento de quadros de ansiedade e depressão, aumento da violência doméstica e outas consequências do isolamento. As drogas têm a função, para o usuário, de mediar as emoções, mesmo que isto seja de uma ineficiência total, pelo fato de que o efeito desejado, quando obtido, só acontece enquanto o usuário está intoxicado. Não esqueçamos que as drogas de eleição são, neste caso, as de ação e metabolização rápidas promovendo um uso de repetição compulsiva. Algumas drogas têm seu efeito psicológico interrompido após alguns minutos.

Crack: “tratar a dependência com Redução de Danos é ineficiente”

“Tratar dependente de crack com Redução de Danos é extremamente ineficiente”, alerta psiquiatra que há 42 anos estuda e trata dependência química no Brasil. O doutor Pablo Miguel Roig explica: “O crack desestrutura de tal forma o cérebro, que passa a ser prioridade para o dependente. Então, não tem sentido, como faz a Redução de Danos, perguntar se ele QUER parar o uso. Ele não vai querer parar porque , com o uso do crack, perdeu a capacidade de escolha.”

O alerta e as explicações do doutor Pablo Roig foram durante a live “CRACOLÂNDIA: DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM TEMPOS DE COVID-19”,promovida, em 29 de abril, pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia, em São Paulo. Participou o psicólogo Wemerson Peixoto de Melo Moura. A coordenação foi de Mateus Ferreira de Lima.

“O Brasil é o recordista mundial no consumo de crack, concluiu pesquisa da Universidade Federal de São Paulo”, adverte o psiquiatra PABLO Miguel ROIG,CRM 24968. Fundador e Diretor da Greenwood, clínica referência no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal, ele classifica os dependentes de crack como grupo de alto risco para a epidemia da doença grave causada pelo novo coronavírus: “A COVID -19 representa risco de genocídio em cracolândias .O novo coronavírus ataca os pulmões mas nada está sendo feito por estes doentes gravíssimos, que já têm os pulmões prejudicados pelo crack, pela maconha e pelo tabaco, que fumam 24 horas de segunda a domingo nas cracolândias do País .”

As importantes explicações do doutor Pablo Roig estão sendo publicadas neste blog em três capítulos. No primeiro, dia 4 de maio, ele descreveu como o crack se torna prioridade na vida do dependente; no dia 6 de maio, denunciou : “Covid-19: risco de genocídio nas cracolândias ignoradas pelos governos.” Hoje, descreve como deve ser o tratamento que , de fato, recupera , destacando a importância da participação da família do dependente. ASSISTA:

 

 

 

Covid-19: risco de genocídio nas cracolândias ignoradas pelos governos

Nem com a epidemia causada pela COVID-19, com mortes e internações em UTIs, o Ministério da Saúde, os governos estaduais e as prefeituras se preocupam com os dependentes que estão nas cracolândias na maioria dos municípios brasileiros. “A COVID -19 representa risco de genocídio em cracolândias . MAS nada está sendo feito por estes doentes gravíssimos, que já têm os pulmões prejudicados pelo crack, pela maconha e pelo tabaco, que fumam 24 horas de segunda a domingo nas cracolândias do País”, alerta o psiquiatra PABLO ROIG na live “CRACOLÂNDIA: DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM TEMPOS DE COVID-19”,promovida pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia e com a participação do psicólogo Wemerson Peixoto de Melo Moura.A coordenação foi de Mateus Ferreira de Lima.

“É imprescindível a mobilização de toda a sociedade, já que temos responsabilidade como cidadãos por solidariedade a estes seres humanos esquecidos pelos governos,”convoca doutor Pablo Roig.

O psiquiatra Pablo Miguel Roig,CRM 24968,estuda e trata dependência de drogas há 42 anos. É o fundador e Diretor Clínico da Greenwood, clínica referência em São Paulo para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal.

AS IMPORTANTES EXPLICAÇÕES DO DOUTOR PABLO MIGUEL ROIG ESTÃO SENDO PUBLICADAS NESTE BLOG EM TRÊS CAPÍTULOS. NO PRIMEIRO, PUBLICADO ONTEM, ELE DESCREVEU COMO A DROGA DESESTRUTURA O CÉREBRO E SE TORNA A ÚNICA PRIORIDADE DO DEPENDENTE.   HOJE, DENUNCIA:  “CRACOLÂNDIA É UMA VERGONHA NACIONAL E TEM SIDO USADA POR CANDIDATOS À PREFEITURA E AO GOVERNO DO ESTADO.” ASSISTA AO VÍDEO:

 

AMANHÃ, O DOUTOR PABLO ROIG DENUNCIA OS RISCOS DO MÉTODO REDUÇÃO DE DANOS E DESCREVE O TRATAMENTO QUE, DE FATO, RECUPERA O DEPENDENTE DE CRACK.

“Dependência de droga é uma doença do cérebro”

O conceito do título é da psiquiatra Nora Volkow, Diretora do National Institute on Drug Abuse , maior instituto de pesquisas sobre drogas no mundo. Ela participou brilhantemente do Congresso da Associação Psiquiátrica Americana , em São Francisco, Califórnia, em maio de 2019. Suas pesquisas são utilizadas em todo o mundo. Em São Paulo seus estudos são referências para o diagnóstico e tratamento de dependências químicas e orientam as atividades terapêuticas da clínica Greenwood, referência para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal. A Greenwood mantém duas unidades. A da internação ,fica em Itapecerica da Serra, município paulista a 41 quilômetros da capital. O Hospital- Dia fica no Jardim Paulista,na Zona Oeste de São Paulo.

                                                                              Psiquiatra Nora Volkow

O fundador e Diretor Clínico da Greenwood é o psiquiatra Pablo Miguel Roig, que estuda e trata dependência de drogas há 42 anos. Na quarta-feira, 29 de abril, o doutor Pablo Miguel Roig, CRM 24968, participou da live “CRACOLÂNDIA: DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM TEMPOS DE COVID-19”, promovida pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia, com a participação do psicólogo Wemerson Peixoto de Melo Moura. A coordenação foi de Mateus Ferreira de Lima.

AS IMPORTANTES EXPLICAÇÕES DO DOUTOR PABLO MIGUEL ROIG SERÃO REAPRESENTADAS NESTE BLOG EM TRÊS CAPÍTULOS. NO PRIMEIRO, ELE DESCREVE COMO A DROGA DESESTRUTURA O CÉREBRO E SE TORNA A ÚNICA PRIORIDADE:

AMANHÃ, O DOUTOR PABLO MIGUEL ROIG denuncia: “ cracolândia é uma vergonha nacional e tem sido usada por todos os candidatos como campanha política”.