Terapia online: psicólogos utilizam internet para consultas à distância

Diversos sites já oferecem o serviço de consultas com psicólogos usando ferramentas web. Sessões custam em média R$65.

Como a maioria de nós, Sandra Deco tem um trabalho pra lá de estressante e, no dia-a-dia, não sobra tempo para quase nada. Mas, apesar do relógio, Sandra precisava continuar as sessões com a psicóloga, até para colocar tudo no lugar e conseguir lidar com a rotina. A solução veio da tecnologia. Mais precisamente, da terapia virtual. Agora, além de não ter mais que se preocupar com horário ou trânsito, o sofá de casa se transformou em um verdadeiro divã.

Sandra, que é conselheira tutelar, diz que “você se sente mais relaxado, à vontade, porque, como a nossa vida é muito corrida, você não precisa se preocupar com horário, trânsito, carros estacionados ou com o estacionamento que vai fechar”.

Já Milene Rosenthal, sócia-fundadora do Psicolink, diz que a mobilidade do serviço online faz com que “a orientação psicológica aproxime o psicólogo e o deixe mais disponível para a população. É uma forma mais rápida de você entrar em contato com esse profissional e sanar suas dúvidas ou ter uma primeira orientação. Há também a praticidade e o custo menor”, diz.

Sandra já faz terapia online há quase um ano e meio. E, como ela, cerca de 40% dos pacientes da sua psicóloga também são atendidos da mesma maneira: virtualmente. Já existem vários sites especializados e credenciados pelo Conselho Regional de Psicologia. Tudo que o paciente tem a fazer é se cadastrar, procurar um psicólogo disponível e, através de vídeo ou um simples chat, dar início à sessão. Cada atendimento dura 50 minutos e custa, em média, R$65.

Angélica Amigo é psicóloga e explica que a grande sacada está na praticidade. Assim, o paciente evita o trânsito, não sai de casa e tem um atendimento rápido: “As pessoas não escolhem a hora para ficarem angustiadas. A angústia aparece, o problema vem. E a pessoa quer um acolhimento imediato. Então, um grande benefício é você poder ter essa ferramenta à mão em qualquer hora que puder”, diz.

O atendimento online não é exatamente a mesma coisa de uma sessão no consultório. Mas, quem já experimentou garante que funciona. Sandra diz que “para algumas pessoas pode funcionar,para outras não”. No caso dela, deu certo.

Angélica Amigo diz que acredita “que o sofrimento é o mesmo, quando o paciente vai ao consultório ou quando ele senta na frente do computador, buscando ajuda. E vemos esse sofrimento da maneira como ele é. O paciente realmente transborda também na frente do computador. É diferente sim, mas não menos eficiente”.

Mas Milene alerta: “Como a orientação psicológica não substitui a terapia, pode ser que ele comece algumas sessões de orientação e vá para a terapia presencial. Porque a ideia é ser um serviço complementar do psicólogo”.

A ferramenta tecnológica é mesmo bem legal. Mas, vale o alerta: se você for procurar este tipo de serviço, certifique-se de que o site tem o selo de credenciamento junto ao Conselho de Psicologia. Isso diminui o risco de cair nas mãos dos espertões, que podem querer passar por psicólogo. Mais do que isso: informe-se sobre o profissional antes de pagar por uma sessão online. Afinal, quando o assunto é saúde, todo cuidado é pouco.

Para facilitar sua vida, nós separamos um link (acima) onde você pode consultar se o site que você está acessando é credenciado ou não. Assim, você escapa de possíveis armadilhas.

Pesquisa mapeia comportamento de dependentes químicos na internet

O Instituto Sírio-Libanês listou 2,4 mil comunidades virtuais. Discussões vão desde tratamento a como usar entorpecente.

O Instituto Sírio-Libanês mapeou o comportamento de dependentes químicos na internet. Os pesquisadores usaram palavras chaves como maconha, usuário, pó e listaram 2,4 mil comunidades virtuais.

Dessas, 996 abordaram como tema a maconha. Os participantes deixam mensagens sobre a descriminalização da droga, falam sobre os efeitos e até dão dicas para quem quer plantar a erva. Outras 995 comunidades abordavam o crack e têm como tópicos as crises dos usuários, a busca por tratamentos e relatos de familiares que trocam experiências e indicam clínicas de desintoxicação. A cocaína é listada em 446 comunidades, onde os usuários falam do preço e da qualidade da droga, alguns até ensinam como usar o pó.

Os pesquisadores trocaram mensagens com os participantes das comunidades para saber quais eram as fontes das informações disponibilizadas nas páginas. Todos citaram textos e vídeos informais, divulgados por outros usuários, muitas vezes anônimos. Nenhum internauta disse compartilhar informações obtidas em sites do Governo.

“O volume de desinformação, de informação paralela, de informação equivocada, tem sido imenso, transmitidos por sites sem nenhuma responsabilidade, alguns banalizam a questão do uso das drogas, então dá a dimensão de que não é um problema tão grave assim. Nos sites do Governo existem mais informações para os gestores, ou para os profissionais da área de saúde. As informações mais voltadas para o usuário, dos interesses do usuário, perguntas do usuário, não são bem estruturadas”, afirma o coordenador de Saúde Mental de Ribeirão Preto, Alexandre de Souza Cruz

A presidente do Projeto de Restauração de Vidas (Proreavi) de Franca, Eliana Justino, diz que é preciso cuidado ao tratar todos os casos como sendo iguais. “Nem todas as informações que você encontra na internet são reais para aquele dependente, as pessoas são diferentes, então elas têm que ter um atendimento e um tratamento diferenciado”, conclui.

O técnico em química Gustavo Morais Almeida usou drogas por 15 anos. Em 2009 ele buscou informações na internet para deixar o vício. “Procurei saber sobre os tratamentos, sobre a melhor forma, mas também surgiram algumas dúvidas, como, por exemplo, se auto diagnosticar. De repente tem um medicamento que a gente pode usar ou não, colocando na cabeça da gente que de repente a gente pode ter uma doença ou outra, um transtorno. Sem a ajuda de um profissional é muito difícil”, conta.

A pesquisa também analisou os tópicos mais recorrentes nos fóruns dentro das comunidades. Muitos participantes reclamam da falta de leitos no sistema público e da dificuldade para pagar o tratamento. Em Ribeirão Preto são apenas 36 leitos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para dependentes químicos.

Segundo Cruz falta investimento. “Há necessidade de locais para receber esses pacientes e os sistemas que se dizia que poderia substituir completamente a internação, na verdade não substituem. Eu não tenho a mínima dúvida de que isso é um dever que tem que ser cumprido pelo Estado”, diz.

fonte: gazetaweb.com

Conheça a nomofobia, o medo de ficar sem celular

Pesquisa descobriu que 66% das pessoas morrem de medo de sair sem celular. Termo é abreviatura para “NO MObile phone phobia”

Em tempos em que as pessoas não desgrudam de seus smartphones, um novo termo surgiu para designar aqueles que morrem de medo de sair de casa sem seus tão amados celulares: a nomofobia. O termo, que é a abreviatura para “NO MObile phone phobia” (fobia de ficar sem celular), surgiu pela primeira vez em 2008.

SecurEnvoy, empresa de serviços móveis, entrevistou mil pessoas e descobriu que 66% delas sofrem dessa fobia, tendo medo de perder seu celular. Outros 41% possuem 2 ou mais celulares para conseguirem se manter conectados sempre, segundo o jornal inglês The Telegraph.

E, ao que parece, as mulheres têm uma maior preocupação com os seus telefones móveis. 70% delas sofrem da fobia, contra 61% dos homens. Já no caso de terem 2 ou mais celulares, os homens ganham com 47%, contra 36% das mulheres.

Na divisão por idades, os jovens lideram. 77% das pessoas entre 18 e 24 anos possuem a nomofobia. No caso das que têm entre 25 e 30 anos, o número cai para 68%. Outra descoberta da pesquisa é que 49% dos entrevistados ficam chateados por terem suas mensagens lidas por outra pessoa.

A segurança também foi abordada: 46% não utilizam nenhuma proteção em seus aparelhos, 41% usam uma senha de 4 dígitos para bloqueio de acesso e 10% criptografaram seus dispositivos.

fonte: olhardigital

Tratamento para Compulsão por Compras

A Clínica Greenwood começou a oferecer tratamento para compulsão por compras no ano passado, diante do aumento dos casos.

A oniomania

Quando se analisa o perfil de pessoas excessivamente endividadas, em muitos casos verifica-se que elas sofrem de uma patologia chamada oniomania, ou compulsão por compras. Trata-se de um transtorno que foi descrito como síndrome psiquiátrica pela primeira vez no início do século passado. É uma condição crônica, sendo que as mulheres correspondem a mais de 80% dos casos, conforme um estudo dos pesquisadores Hermano Tavares, Daniela Lobo, Daniel Fuentes e Donald Black, publicado na “Revista Brasileira de Psiquiatria”.

Nos últimos anos, a Clínica Greenwood, especializada no tratamento de dependência química, drogas e alcoolismo, começou a ser procurada também por compradores compulsivos, bem como por seus familiares. Em meados de 2011, passou a atender casos de oniomania. A psicóloga da clínica, Monique Brandão de Freitas, diz que o processo no organismo das pessoas com a patologia se assemelha ao de um dependente de drogas ou álcool. “O sistema lím- bico é atingido”, explica. Isso significa que, no momento da compra, elas são tomadas por uma viciante sensação de prazer.

Assim como as demais dependências, a oniomania possui cinco fases. Na primeira, a pessoa aumenta a frequência das compras gradativamente. Na segunda, começa a abusar e, na terceira, já está dependente. Geralmente, é quando as dívidas aparecem. Pedir dinheiro à família é outro sintoma dessa etapa. Na quarta fase, ocorre a total ausência do senso crítico. Na última, o consumidor passa por uma falência moral, física e psicológica. “Muitos casais se separam por conta desse problema”, relata Monique.

Aos 18 anos de idade, no geral, o indivíduo já começa a manifestar certa predisposição à oniomania, porém a patologia costuma aparecer mesmo pouco antes dos 30 anos. Há uma explicação para isso. No início da vida adulta, as pessoas possuem inúmeros sonhos e projetos. Poucos anos depois, as frustrações começam a surgir, o que frequentemente coincide com a independência financeira.

O psiquiatra Juan Albuquerque, também da clínica Greenwood, lembra que uma das principais características do compulsivo é a prevalência de pensamentos intrusivos que incomodam e são aliviados com a compra. “A pessoa sabe que se gastar vai contrair uma dívida e, mesmo assim, não consegue resistir”, afirma. Ele enfatiza que a internet agravou o quadro para a patologia, já que o consumidor não precisa nem mesmo sair de casa. Há situações, porém, em que o estrago é feito in loco. Albuquerque lembra o caso extremo de um paciente que comprou em um único dia quatro caminhonetes e três televisores de tela plana. Em situações como esta, explica, é preciso investigar se a pessoa possui outros problemas psiquiátricos.

José Geraldo Tardin, presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), também acumula histórias. Ele relata o caso de uma mulher que foi declarada insolvente (confira na página 23 como funciona a insolvência civil) e teve de ser “interdita- da” por um familiar, que por determinação do juiz passou a administrar todos os seus recursos. As dívidas dela somavam mais de R$ 1 milhão e, apesar do salário altíssimo, ela não tinha patrimônio. “Lembro-me de uma vez em que ela entrou em uma loja e comprou quatro bolsas, que somaram R$ 30 mil.”

Irmãos saudáveis de dependentes também têm tendência ao vício

Alterações no cérebro podem ser traços carregados pela hereditariedade.
Estudo foi divulgado na revista ‘Science’.

Irmãos sem vícios de dependentes químicos possuem as mesmas características cerebrais de seus parentes, segundo um estudo divulgado nesta semana na revista “Science”. Os pesquisadores da Universidade de Cambridge, responsáveis pelo trabalho, acreditam que as alterações no cérebro que levam à dependência podem ser hereditárias.
Mesmo que estudos posteriores confirmem que os cérebros de dependentes e seus irmãos sejam mesmo diferentes, os cientistas britânicos acreditam que essas alterações podem ser contornadas para evitar o vício.

Alterações no cérebro de dependentes já haviam sido estudadas, mas os pesquisadores até então não sabiam dizer se essas mudanças ocorriam antes ou depois do uso de entorpecentes.
Para conseguir saber o momento que o cérebro mudava, Karen Ersche e seus colegas em Cambridge estudaram duplas de irmãos: um com problemas de vício e outro saudável. A dependência química foi estudada tanto para casos de álcool como para o uso de drogas ilegais.
Testes para medir a capacidade de controlar impulsos foram conduzidos entre os participantes, que realizaram experiências para saber se conseguiam deixar de seguir uma determinada instrução com rapidez.

Na comparação com pessoas sem histórico de vício na família, cada dupla de irmãos apresentou resultados piores. Após a análise de imagens da atividade cerebral dos participantes, os cientistas britânicos verificaram uma diminuição na densidade da massa branca no cérebro e alterações no volume de massa cinzenta em regiões como a amígdala.
O grupo ainda sugere que dependentes químicos e seus irmãos possam se beneficiar de intervenções médicas voltadas ao aumento do autocontrole, uma das condições vitais para o combate ao vício.